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Sistema Respiratório

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INTRODUÇÃO

O sistema respiratório desempenha a função essencial de realizar a troca gasosa nos pulmões. Ele é composto por uma porção condutora e uma porção respiratória. A porção condutora inclui as fossas nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios, responsáveis por transportar, umedecer e aquecer o ar inalado. A porção respiratória, por sua vez, é encarregada da troca de dióxido de carbono do sangue pelo oxigênio do ar, sendo formada por bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos. 

Grande parte da porção condutora é revestida por epitélio respiratório, caracterizado como epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. Em áreas sujeitas a maior desgaste, como as pregas vocais, ocorre uma modificação do epitélio para um tipo estratificado pavimentoso, que é mais resistente ao atrito.

Os principais tipos celulares que constituem o epitélio respiratório incluem:

  • Células caliciformes: responsáveis pela secreção de muco, contendo muitos grânulos de secreção.

  • Células colunares ciliadas: possuem núcleos elípticos e uma grande quantidade de cílios na superfície apical.

  • Células basais: atuam como células-tronco, contribuindo para a renovação do epitélio respiratório e estão localizadas na base do epitélio.

  • Células colunares em escova: apresentam numerosos microvilos na superfície apical e receptores sensoriais em sua região basal.

 

A imagem abaixo ilustra o epitélio respiratório, mostrando o epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes.

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Fonte: Abrahamsohn, 2016.

FOSSAS NASAIS

As fossas nasais, divididas em três regiões principais (vestíbulo, área respiratória e área olfatória), têm a função de conectar o ambiente externo à faringe, com variações histológicas conforme a região.

  • Vestíbulo: localizado na parte mais anterior das fossas nasais, é revestido por epitélio estratificado pavimentoso, que é uma continuação do epitélio da pele. Possui uma lâmina própria composta por tecido conjuntivo, com a presença de pelos (vibrissas) e glândulas sebáceas e sudoríparas, formando uma barreira que evita a entrada de partículas grandes no corpo.

  • Área respiratória: revestida por epitélio respiratório, que é um epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes. A lâmina própria contém glândulas mistas, serosas e mucosas, que, junto com as células caliciformes, produzem o muco que reveste o epitélio.

  • Área olfatória: situada na parte superior das fossas nasais, é responsável pela detecção de odores. Este segmento é revestido por um neuroepitélio pseudoestratificado colunar, conhecido como epitélio olfatório, que é composto por três tipos celulares:

    • Células de sustentação: células colunares com microvilosidades, que contêm carotenóides, pigmentos e vitamina A, responsáveis pela coloração amarelada da mucosa olfatória.

    • Células basais: funcionam como células-tronco, auxiliando na renovação do epitélio olfatório.

    • Células olfatórias: são neurônios bipolares com quimiorreceptores que respondem a substâncias odoríferas.

Além disso, a lâmina própria do epitélio olfatório possui glândulas de Bowman, que secretam substâncias que criam um fluxo líquido, ajudando a limpar o muco da superfície epitelial e facilitando a chegada de novas moléculas odoríferas.

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A imagem abaixo é um esquema do epitélio olfatório, com seus tipos celulares e com a glândula de Bowman na lâmina própria. 

Fonte: Junqueira, 2021. 

A imagem a seguir é um corte da área olfatória. Observe a glândula de Bowman no tecido conjuntivo subjacente ao epitélio e seu ducto, que desemboca na superfície da mucosa, além dos nervos e vasos sanguíneos. 

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Fonte: Pawlina, 2021.

Faringe

 

A faringe é um órgão que constitui tanto o sistema respiratório, quanto o sistema digestório. No aparelho respiratório, é responsável por conduzir o ar até a laringe e pode ser dividida em nasofaringe e orofaringe. A nasofaringe é a parte inicial da faringe, sendo revestida pelo epitélio respiratório, enquanto a orofaringe, que corresponde à porção oral da faringe, é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso, contínuo com o da pele. 

 

Laringe

 

A laringe é um tubo oco com paredes contendo peças cartilaginosas irregulares, unidas por tecido fibroelástico,  responsáveis por manter seu lúmen aberto, ideal para a passagem de ar. Essas cartilagens podem ser tanto do tipo hialino, como na cartilagem cricóide e tireóide, quanto do tipo elástico. 

 

A laringe é revestida por dois tipos epiteliais, sendo a região das pregas vocais revestidas por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado (sujeito ao atrito) e as demais regiões revestidas por epitélio respiratório. 

 

Além das peças cartilaginosas irregulares, a laringe também possui músculo estriado esquelético, sendo denominados músculos intrínsecos da laringe (inserções somente na laringe) e músculos extrínsecos da laringe (com inserção na laringe e em outras estruturas externas a ela). 

 

A imagem abaixo mostra uma secção longitudinal da laringe na região das pregas vocais:

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Fonte: Junqueira, 2021. 

Traqueia

 

A traqueia é um tubo que se continua com a laringe e ramificando-se nos brônquios. É revestida pelo epitélio respiratório e possui lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo, contendo glândulas seromucosas. Além disso, suas paredes possuem cartilagem do tipo hialina, em “formato de C”, unidas por ligamentos fibroelásticos e músculo liso, regulando a distensão do lúmen. 

 

Externamente, observamos a camada adventícia, constituída por tecido conjuntivo frouxo que se continua com os órgãos adjacentes. 

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Na imagem ao lado, observamos a cartilagem hialina em formato de C, com a abertura voltada para a região dorsal (em contato com o esôfago), sendo fechada por músculo liso e tecido conjuntivo.

Fonte: Junqueira, 2021. 

Brônquios

 

Os brônquios são ramificações da traqueia, que começam nos brônquios primários e continuam a se ramificar no interior dos pulmões, originando brônquios cada vez menos calibrosos. 

 

Na imagem abaixo, observamos a traqueia e sua ramificação, originando a árvore brônquica. 

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Fonte: Junqueira, 2021. 

À medida em que se ramificam, seu epitélio diminui de altura, passando de epitélio pseudoestratificado para epitélio simples colunar não ciliado. Em torno da mucosa, há músculo liso disposto em espiral. Além disso, os brônquios possuem placas descontínuas de cartilagem hialina de formato irregular. No  tecido conjuntivo que circunda o músculo liso e as placas de cartilagem há glândulas seromucosas. 

 

A camada adventícia dos brônquios é composta por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas, com frequente acúmulos de linfócitos. 

 

Na imagem abaixo, podemos observar os principais componentes dos brônquios: epitélio respiratório, músculo liso, glândulas e peças de cartilagem hialina irregulares.

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Fonte: Junqueira, 2021. 

© 2022 by Paulo Santos. 

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